NOS VEMOS EM JUNHO/2025
PARQUE IBIRAPUERA, SÃO PAULO

UMA EDIÇÃO HISTÓRICA
AFTERMOVIE OFICIAL
11ª EDIÇÃO 2024



BUDDY GUY • TOM MORELLO • GOO GOO DOLLS • EXTREME
STEVE VAI • THE NU BLU BAND • IRA! • DAY LIMNS
DEAD FISH • ARTUR MENEZES • NANDA MOURA
MALVADA
DE 02 A 04 DE JUNHO/2023
PARQUE IBIRAPUERA - SÃO PAULO, SP
A edição de 10 anos do Best of Blues and Rock apresentou ao público shows memoráveis de Buddy Guy, mestre do Blues que apresentou a turnê de despedida ‘Damn Right Farewell Tour’, e o também norte-americano Tom Morello. A qualidade do som e luz, e as projeções simultâneas dos shows, foram muito elogiadas pelo público que esteve presente, bem como pelos artistas que se apresentaram.
Ao longo de três dias, o público pode ver também apresentações de outros grandes nomes da música internacional, como a banda Extreme que, além de clássicos como ‘More Than Words’, apresentou novas faixas do álbum ‘Six’.
Steve Vai trouxe sua Hydra (guitarra com 3 braços, sendo 1 de 12 cordas, 1 de 7 cordas e 1 de quatro cordas, que funciona como um baixo elétrico), e mostrou no sábado todo seu virtuosismo.
Goo Goo Dolls, atração de domingo, enlouqueceu os fãs com temas como ‘Iris’. Outra grande atração do evento foi a The Nu Blu Band, liderada pela cantora Carlise Guy, filha do lendário guitarrista Buddy Guy.
A cena brasileira também foi representada e teve, entre os participantes, as bandas Ira!, Dead Fish e Malvada, a talentosa Day Limns, a cantora e guitarrista Nanda Moura, além do blueseiro Artur Menezes que voltou ao festival após sua apresentação em 2017.

MARCAS PRESENTES NA 10ª EDIÇÃO DO FESTIVAL



BUDDY GUY
“A primeira vez em que estive aí, me surpreendi muito, porque os brasileiros conheciam a minha música. Sabia que tinha pessoas muito amorosas, mas não imaginava tanto carinho. Então, eu me apaixonei. Eu amo o Brasil.”
A declaração é de Buddy Guy, algumas semanas antes de aterrissar novamente no país para dois shows na edição 2023 do Best of Blues and Rock, em sua terceira participação no festival.
O primeiro disco do artista, “I Left My Blues in San Francisco”, foi lançado em 1967. O mais recente, “The Blues Don’t Lie”, o 34º de estúdio, veio em 2022. No mesmo ano, Buddy lançou sua turnê de despedida, a “Damn Right Farewell Tour”, apresentada nesta edição do festival aos fãs brasileiros.
A lembrança de uma passagem anterior pelo país vem de sua herdeira, a cantora Carlise Guy, que sorri ao contar que o pai a convidou a subir ao palco durante o show da edição 2014 do Best of Blues.
Dessa vez, a “Guy filha” também se apresentou oficialmente no festival com seu próprio projeto, o “The Nu Blu Band”. “Cantar era um escape para mim, nunca vi como um trabalho. Me sentia bem. Quis fazer mais quando vi que também fazia bem a mais pessoas”, conta Carlise.


TOM MORELLO
Muito mudou no mundo e na carreira de Tom Morello desde sua última vinda ao Brasil, em 2018. O guitarrista nova-iorquino voltou ao país com três discos de estúdio inéditos e uma turnê de reunião frustrada do Rage Against the Machine na bagagem – a série de shows do grupo precisou ser adiada por conta da pandemia de Covid-19 e, posteriormente, cancelada em 2022 por causa de uma lesão na perna do vocalista Zack de la Rocha.
Morello subiu duas vezes ao palco do Best of Blues and Rock 2023, nos dias 2 e 4 de junho. No domingo, dia 4, Morello surpreendeu o público ao subir ao palco durante a apresentação de Buddy Guy em uma sintonia única.
Em suas outras vindas ao Brasil, Morello encontrou fontes inesperadas de inspiração nas escolas de samba: “Quando chegamos na escola de samba, eles estavam ensaiando para o carnaval. Aquilo foi chocante, uma das melhores experiências musicais de toda minha vida.”
A passagem pelo país em 2018 (como a atração principal do Best of Blues) trouxe mais uma reafirmação da ligação do músico com os movimentos sociais. Durante o show, Morello pediu justiça para Marielle Franco, vereadora carioca assassinada em março daquele ano, e dedicou “Killing in the Name” ao povo brasileiro.


GOO GOO DOLLS
No último dia do Best of Blues and Rock 2023, a banda tocou no mesmo palco de lendas como Tom Morello e Buddy Guy. “Eu serei o pior guitarrista no festival”, brincou Rzeznik. “Esses caras são incríveis. É uma combinação muito interessante e será divertido”.
As relações humanas foram o tema dos últimos dois discos do Goo Goo Dolls. O primeiro deles, “Miracle Pill” (2019), trouxe reflexões, ainda que superficiais, sobre a assustadora evolução das redes sociais. Em “Chaos in Bloom” (2022), a banda se debruçou sobre as dificuldades em superar o isolamento causado pela pandemia de Covid-19.
Para o vocalista John Rzeznik, não houve alterações na “capacidade da humanidade em digerir” as novas tecnologias. “O que mais me incomoda nas redes sociais é ver o TikTok destruindo a indústria musical para os artistas”, afirma.
Ironicamente, “Iris”, o maior hit da banda, viralizou na rede social de vídeos, trazendo um sentimento misto ao líder do Goo Goo Dolls: “Sou grato sempre que algo que faço é reconhecido, mas não muda como eu me sinto sobre o TikTok. É como se uma nova geração tivesse descoberto a música, e é isso que carrego comigo. ‘Iris’ ressoou com um novo público”.


EXTREME
O Extreme esteve na edição 2023 do Best of Blues and Rock não apenas para tocar seus sucessos do final dos anos 1980. O grupo chegou ao Brasil momentos antes de lançar um disco de inéditas pela primeira vez desde 2008. Segundo o guitarrista Nuno Bettencourt, a banda não queria entrar em estúdio sem motivações reais, o que causou a longa espera de 15 anos entre os álbuns.
Six, novo disco do Extreme, foi lançado em 9 de junho, uma semana após o show da banda em São Paulo.
Diferente de grupos que rejeitam os próprios clássicos, o Extreme demonstra gratidão pela faixa que os alçou a outro patamar, a onipresente “More Than Words”. “É muito chato! Imagina ter de tocar uma música com todo o público cantando com você.
Que terrível deve ser”, diz Bettencourt, em tom de ironia. “Sempre foi um dos destaques do nosso show. Às vezes me perguntam se foi uma bênção ou maldição, e eu sempre digo que ‘More Than Words’ é um hit, por isso conseguimos fazer outros álbuns e turnês, alcançamos milhares de fãs e não estamos trabalhando no McDonald’s. Tenho orgulho dela.”


STEVE VAI
“Sempre procuro boas ideias”.
É assim que Steve Vai descreve sua mentalidade antes de encarar a gravação de Inviolate (2022), disco cujo repertório ditou sua apresentação no Best of Blues and Rock 2023. “Todo artista criativo responde a inspirações, que podem ser ideias simples, mas únicas”, ele conta, sobre o projeto gravado durante a pandemia.
A busca para aprimorar técnicas não é uma surpresa para quem acompanha Steve Vai, conhecido pelo virtuosismo e inventividade na guitarra. No entanto, o músico de 62 anos não demonstra estar acomodado. As frases rápidas não são o único destaque das faixas, que ainda trazem a inédita técnica “joint shifting”, criada pelo próprio Vai.
“Eu tinha algumas ideias melódicas que foram deixadas de lado por um tempo. Durante o lockdown, eu fiz o disco e tive tempo para explorar. Queria músicas novas que entregassem as melodias em uma bandeja de prata, e tudo começou com ‘Candlepower’”, explica Vai. “Na minha cabeça, a ideia do ‘joint shifting’ era fazer bends em todas as direções e em diferentes cordas ao mesmo tempo.
Eu levaria anos para dominar isso, apenas alcancei a superfície. Espero que mãos mais jovens, com tempo disponível, possam destrinchar a técnica.”


THE
NU BLU BAND
O nome Nu Blu Band esconde uma surpresa: a vocalista, Carlise Guy, é filha de ninguém menos que Buddy Guy, que dispensa comentários.
Carlise não poderia ser menos que uma grande cantora, afinal está no sangue, e ela aprendeu em casa. E, claro, a filha de Buddy Guy não aceitaria qualquer guitarrista para tocar com ela, e Mark Maddox não deixa a desejar.
Os dois, mais o baterista Dan Henley, lideram um sexteto com Dave Holloway (teclados), JR Fuller (baixo) e a backing vocal Kenyatta Gaines.
O grupo toca não apenas blues, mas também um pouco de soul Motown e até pop. Por isso, criaram a expressão “nu blu” uma corruptela de “new blues”.
Carlise e companhia entregaram um show surpreendente ao público, que aplaudiu intensamente ao final, com a mesma emoção que a banda, no palco.
A The Nu Blu Band costuma ser atração do Buddy Guy’s Legends, um dos mais renomados clubes de blues de Chicago, de propriedade de Guy. Nessas ocasiões, o pai coruja costuma dar uma canja.


IRA!
A banda Ira! se apresentou no domingo, último dia da décima edição do Best of Blues and Rock 2023. Tocando quase que apenas hits de seus primeiros álbuns, não poderia ter escolhido um repertório mais paulista. O Ira! começou o show com “Dias de Luta”, “Flerte Fatal” e “Já Estou Farto do Rock'n'Roll”, que dão bastante destaque à guitarra de Edgard Scandurra, um dos melhores instrumentistas do Brasil.
Quando o rock brasileiro explodiu nos anos 1980, o Ira! tornou-se um de seus principais expoentes. Algumas décadas depois, a banda continua sendo uma das mais queridas e consistentes no país.
O virtuosismo de Edgard Scandurra e a voz grave de Nasi tornaram-se marcas registradas do quarteto, que hoje tem Johnny Boy (baixo) e Evaristo de Pádua (bateria) substituindo os antigos integrantes Ricardo Gaspa e André Jung.
O Ira! pode ser considerado o primeiro grupo do Brasil a mesclar rock com rap, em “Psicoacústica” (1988). Esse pioneirismo gerou controvérsia entre os fãs na época, mas hoje o álbum é considerado um clássico, eleito pela Rolling Stone Brasil como um dos 100 maiores discos da música brasileira.
Por questões pessoais, o Ira! acabou em 2007, mas sete anos depois seu “núcleo base” - Nasi e Scandurra - se reaproximou e decidiu reformular o projeto.
Engajado e com energia renovada, o grupo lançou álbuns (o mais recente, IRA, saiu em 2020) e, em 2023, gerou um show em comemoração ao trigésimo aniversário de “Psicoacústica”.


DAY LIMNS
Debaixo de bastante sol, a jovem Day Limns fez sua estreia no festival, abrindo o palco para os shows de domingo, último dia da edição 2023.
A cantora entregou um show animado, com seus fãs na beira do palco cantando seus maiores sucessos. Day ainda voltou ao palco durante a apresentação da banda Ira!, cantando os versos originalmente interpretados por Pitty no sucesso “Eu quero sempre mais”.
Day Limns foi finalista do The Voice em 2017, e hoje tem mais de cem milhões de visualizações em seu canal no YouTube, além de outros quase cem milhões de streams nas plataformas de música.
Depois de ganhar popularidade no YouTube, postando covers que fazia de músicas famosas, ela passou a compor. Esse talento a tornou requisitada por outros artistas, rendendo canções em parceria com Anitta (o hit “Não Perco Meu Tempo”), Luisa Sonza e Rouge, entre outros.
Nascida em Goiânia, Day parecia fadada a ser cantora sertaneja. Mas aos oito anos descobriu Avril Lavigne, para mais tarde aprender a tocar violão e compor em inglês, enquanto cantava na igreja.
A cantora também é escritora. “Esta não é apenas uma carta de amor” é o nome de seu livro de contos e poesias.


DEAD FISH
A banda Dead Fish fez sua estreia no Best of Blues and Rock 2023 abrindo o palco para os shows de sábado, embaixo de um sol forte, com seu repertório hardcore.
Dead Fish nunca precisou abrandar seu som nem sua postura para fazer sucesso. Com agenda constante de shows por todo o Brasil e no exterior, dois prêmios da MTV, recorde de financiamento coletivo, 11 álbuns, três DVDs e 32 anos de carreira, continua sendo punk como em seus primórdios, botando o dedo nas feridas abertas do país.
Tudo começou de forma despretensiosa em 1991, quando cinco amigos de Vitória (ES) montaram um grupo para tocar covers de punk rock. Em 1998 saiu o primeiro álbum, “Sirva-se”, que vendeu mais de 10 mil unidades em apenas um ano – uma proeza para um disco independente de hardcore.
No ano seguinte, o Dead Fish montou seu próprio selo, Terceiro Mundo Produções Fonográficas, para lançar “Sonho Médio”. Depois de mudanças de músicos e de cidade (fixando-se em São Paulo), a banda conseguiu um contrato com a gravadora Deckdisc e lançou “Zero e Um” (2004), que teve inédita repercussão nacional, rendendo o prêmio de “Revelação” pela MTV e a gravação do DVD MTV Apresenta Dead Fish.
A pandemia adiou as comemorações pelos 30 anos de estrada, por isso o Dead Fish fez em 2022 a turnê “30+1”, com oitenta shows.


ARTUR MENEZES
Um velho conhecido do festival (se apresentou na edição 2017 ao lado de Joe Satriani) e com cinco álbuns e um EP lançados, o guitarrista, cantor e compositor cearense vem deixando sua marca na cena mundial do blues rock.
Artur fez um show impecável, trazendo ao palco um pouco de seu estilo psicodélico, pesado e groovado, mesclado às suas raízes brasileiras nordestinas. Esse mix adiciona um sabor único à mistura e distinguem ainda mais sua forma de tocar das de seus contemporâneos.
O músico fez ainda uma seleção de rocks que agradou em cheio ao público que estava no Parque Ibirapuera, em um sábado super ensolarado. Na banda que tocou com ele estava o baixista Fernando Rosa, que é uma sensação nas redes sociais.
Além de ter se apresentado nos mais importantes festivais do gênero no Brasil, Artur Menezes também se apresenta em diversos clubes de blues dos Estados Unidos e da Inglaterra, além do festival Crossroads, de Eric Clapton.
A estratégia de morar por alguns períodos em Chicago lhe rendeu contatos e o privilégio de dividir jam sessions com craques como Buddy Guy, John Primer, Jimmy Burns, Linsey Alexander, entre outros.


NANDA MOURA
Nanda Moura abriu o palco do Best of Blues and Rock 2023. A artista foi a primeira a se apresentar, na sexta-feira, aquecendo o palco para os shows da banda Malvada, Extreme e Tom Morello.
Nanda costuma tocar um instrumento não convencional – uma cigar box guitar (cujo corpo imita uma antiga caixa de cigarros) com apenas três cordas.
Ao vivo, ela extrai dela um som rítmico e hipnótico, que lembra John Lee Hooker, um dos mestres do blues. Em números acústicos, Nanda empunha também um violão ou um dobro (violão com corpo de aço, muito usado nas primeiras décadas do blues).
Suas maiores influências também são pouco comuns no Brasil: mestres dos anos 1920 e 1930, como Blind Willie Johnson, Son House, Robert Johnson, Skip James, Bessie Smith, Memphis Minnie e Ma Rainey.
Contribui para a força do som a banda que a acompanha, formada por Otávio Rocha (guitarra), César Lago (baixo) e Gil Eduardo (bateria).
Os dois primeiros são integrantes do Blues Etílicos, e o último foi o baterista original da mesma banda, uma das mais cultuadas do blues nacional.


MALVADA
A banda Malvada surgiu em 2020 quando Angel Sberse (cantora que participou do The Voice Brasil), Bruna Tsuruda (guitarra), Ma Langer (baixo) e Juliana Salgado (bateria) resolveram criar uma banda feminina para fazer um som calcado no hard rock, com letras em português, mostrando que o rock não é só pata homens.
Em 2023, o público do Best of Blues and Rock recebeu a banda Malvada, que se apresentou entre o blues clássico de Nanda Moura e o hard rock da banda Extreme.
No show, a Malvada mostrou a turnê do disco de estreia, “A Noite Vai Ferver”, além de novidades e covers como “Summertime”, de Janis Joplin. Outra homenageada foi Rita Lee, que havia nos deixado recentemente. A banda tocou “Esse Tal de Roque Enrow”, da eterna rainha do rock brasileiro.
“É uma grande alegria para a Malvada estar representando as mulheres do rock brasileiro nessa festa de dez anos do festival”, comemora Angel.

AFTERMOVIE OFICIAL
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